terça-feira, 26 de dezembro de 2017

PESCADORES DE LAMPREIAS PREPARAM A SAFRA.

      Aproxima-se o início da pesca da lampreia oficialmente fixada para o princípio de janeiro, e os pescadores da zona da Passagem do rio Lima em Lanheses (Viana do Castelo) andam já atarefadas a preparar a safra, a qual, pelos indícios das condições atmosféricas do momento lhes oferece perspetivas bem mais otimistas do que no ano anterior.

    Desde os últimos dias que os licenciados da zona a montante da ponte de Lanheses até ao sítio dos Seixos, limite da freguesia, que serão grosso modo à volta de uma dúzia, observam a partir das margens ou pilotando as típicas barquinhas que usam na pesca, as condições do leito alterado de ano para ano pelo movimento dos inertes arrastados pela corrente "apalpando",  baseados na experiência e no palpite, o "caminho" que há de tomar a esguia e ondulante espécie migratória vinda do Mar dos Sargaços para desovar a milhares de quilómetros de distância, cumprindo o ciclo rigoroso da Natureza.

     Quem vai à pesca prepara-se antes. E sem barco em perfeitas condições não haveria lampreia para ninguém. Por isso, o primeiro ato do pescador, profissional ou amador, é cuidar do (bom)  estado das artes e da embarcação em primeiro lugar. 

   


   É o que fazem todos, e o Caninhas é exemplo paradigma nesta especialidade. Há muito que vem a cuidar da "frota" (sim, são cerca de meia dúzia as embarcações de que dispõe, somando as de empresa que reparte com dois parceiros e as que possui para uso próprio incluindo uma canoa monóxila, todas eles por si construídas. 

   Depois de uma restauração profunda em que ocupou algumas semanas, com a ajuda de amigos, o atarefado artista multifacetado e apaixonado obsessivo por barcos e pelo rio, "devolveu" ao Lima uma barquinha, elegante e linda como uma jovem vedeta em desfile náutico, a qual tinha chegado a um  avançado estado de deterioração. 



   Sem qualquer cerimónia ou ritual inaugurativo, a barquinha deslizou serenamente na rampa de acesso à água na maré a subir, e com o mestre Caninhas à popa manobrando a vara, acostou logo alí à margem, languidamente, olhar a silhueta das suas harmoniosas formas e as lindas cores do casco espelhadas na água.





Fotos: doLethes
Remígio Costa 

1 comentário:

  1. Pois é se elas viessem sozinhas para o Prato até eu Era pescador

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