CANINHAS, PRESTES A CONCLUIR RÉPLICA INSPIRADA NOS ANTIGOS CAMARAN DA POLINÉSIA.

      Consignada ao título de "Caninhas recupera da pré-história réplica de embarcação primitiva", foi dado conta aqui no doLethes em 9 de setembro último, de que o criativo e ativo cidadão lanhesense Manuel João Castro Franco da Rocha, que a comunidade em geral melhor reconhece pela singular alcunha de "Caninhas", de que ele não conhece a origem nem o padrinho, se tinha envolvido na construção de uma embarcação inspirada nos camaran indonésios de antanho, muito utilizada na cabotagem entre as muitas ilhas dos oceanos Pacífico e Índico em transporte de pessoas e bens e também na pesca, por ser muito veloz e quase insubmersível. 

             Sendo compelido a abater um pinheiro-do-brasil de considerável altura que possuía no logradouro da sua residência em risco de secar, o empreendedor e ativo artesão lanhesense assumiu a tarefa de retirar do tronco da velha árvore a réplica da embarcação que lhe havia sido sugerida por imagens que vira, em tempos, numa reportagem rodada nas longínquas paragens da Ásia. Seccionado em duas partes de diferente dimensão, do tronco cavou delas duas pirogas monóxilas que submeteu a um primeiro bem sucedido teste de resistência flutuante e estabilidade no rio Lima, como oportunamente de novo aqui foi descrito.

         Tendo procedido a uma ligeira diminuição da espessura da estrutura das pirogas para lhes dar mais leveza sem diminuir a solidez, estabilidade e a impermeabilidade sobre a água, optou por ligá-las através de estrado amovível (substituindo as pranchas ou troncos do modelo antigo), e voltou ao rio Lima para, desta vez, posicionar e avaliar a resistência à inércia do camaran na forma definitiva, quando movido por um pequeno motor fora de borda; Depois de algumas evoluções na água em maré cheia e com alguns colaboradores e amigos a bordo, o satisfação do Caninhas pelo desempenho da estrutura espelhava-se na expressão airosa do rosto quando acostou no cais a estrutura que montara. Para o apresto final do barco inédito nas águas do Lethhes, só a vela  que vai ser instalada a seguir dará a imagem definitiva do ancestral camaran "à Caninhas".

         A nova embarcação irá aumentar a frota do Manuel João Castro Franco da Rocha (possui vários barcos do tipo comum de pesca), mestre de navegação autorizado e destacado pescador de lampreias, para dela fazer uso próprio de desfrute lúdico privado  e de devaneio entre amigos. O Caninhas, como é sabido também construtor do barco água-arriba "Lanhezes" e, depois, de uma piroga monóxila inspirada nos exemplares datados de 2OO a 500 aC, descobertas no sítio de Passagem e seu timoneiro, é ainda responsável pela sua exigente e permanente manutenção desde o princípio da navegação licenciada, com participação efetiva em eventos em Viana do Castelo e em Ponte de Lima e ocupado por turistas em passeios pontuais no rio Lima, e são propriedade da Junta de Freguesia de Lanheses, deu por cessada a partir de agora a colaboração que voluntariamente vinha a prestar nesta e noutras ações à edilidade local, numa atitude tão inesperada quanto surpreendente cujos efeitos poderão vir a afetar o normal e bom aproveitamento da réplica do histórico transporte fluvial típico do rio Lima. A drástica decisão assumida pelo prestável e multi-operoso colaborador público da freguesia derivará de incidente mal conduzido e não resolvido ocorrido na formação do atual elenco executivo de Junta, cuja tramitação terá decorrido de modo menos respeitoso e injusto para com a pessoa envolvida e que ele assumiu como com ele próprio acontecesse.

         Dada a dimensão e elevado peso da estrutura, colaboraram nesta operação, entre outros, alguns dos amigos próximos, designadamente, Isidoro Cunha (Doro) e Mélio Costa, todos antigos emigrantes agora definitivamente radicados na freguesia, sendo que o primeiro participou com assiduidade no desbaste e acabamentos das canoas.

        Segue-se a divulgação fotográfica da operação descrita acima.

        LÚCIA PARADELA E AMIGA PRIVILEGIADAS COM UM  MIMI PASSEIO NO EXÓTICO CAMARAN PARA LEVAR E (LONGE) MOSTRAR.

    

REGRESSANDO AO "ESTALEIRO" na GRANJA.

Fotos: doLethes
Remígio Costa