sábado, 9 de janeiro de 2016

BOM DESEMPENHO (até agora) DA OBRA DE REQUALIFICAÇÃO DA MARGEM DIREITA DO RIO LIMA, EM LANHESES (VIANA DO CASTELO)

          

                                        Acesso para embarcações

       Tenho vindo a acompanhar com muita frequência e maior interesse a evolução do desempenho da obra de requalificação da margem direita do rio Lima, no sítio da antiga travessia para a margem esquerda entre o fim da Avenida e a ponte concebida e dirigida pelo engenheiro Edgar Cardoso. Como já por várias vezes referi aqui no doLethes trata-se de um projeto inovador criado pelo engenheiro Pedro Teiga, o qual tem a particularidade de privilegiar a adoção dos processos ancestrais aplicados pelos proprietários de terrenos confinantes com cursos de água no que concerne ao corte de árvores e raízes e na reposição das margens e, bem assim, da não utilização de cimento ou outros materiais similares, recorrendo à aplicação de árvores e raízes autóctones.  Neste sentido e em síntese, ao longo dos cerca de quatrocentos metros da intervenção, foram construídos vários esporões em pedra de granito bem como outros formados por estacas em forma de V, intervalados com espaços com implantação de faxinas (molhos de vimes) sobre tela isoladora para suster a saída de areia, deixando abertas algumas entradas pequenas para acesso pedonal ao rio. Junto à ponte, a montante, há um espaço considerável de regeneração natural para habitat das espécies arbóreas e de animais. Ao longo de todo o percurso foram enterradas estacas com vista à criação de futuras árvores e plantadas outras atendendo ao tipo de raízes de cada especimen, pelo que o efeito previsto desejado só se concretizará entre três a cinco anos.

            Aparentemente a obra de engenharia está concluída e com a chegada da estação das chuvas a sua resistência e consolidação estão à prova. O caudal e a força de corrente aumentaram de forma significativa mas dentro do previsível para esta época -o grau de intensidade depende do controle a montante feito nas barragens e a jusante pelo movimento das marés dando origem a cheias muito aquem das que outrora se verificavam- ficando a água ao nível ou a superar mesmo, nalguns locais, a margem. Ainda não dá para tirar conclusões definitivas, pelo menos a mim que não sou técnico e não conheço os dados que certamente o autor do projeto possui; podendo contudo verificar-se que apenas num único local há risco de a areia ser arrastada pelo movimento da água.

            Tendo tido um custo bastante inferior ao orçamento para o projeto aprovado, salvo qualquer imprevisto o plano parece estar a vencer o desafio. Se se confirmar a resistência calculada, o mesmo passará a ser aplicado noutros locais onde o problema da erosão das margens for idêntico ao desta experiência original com a vantagem de ter muito menor custo e melhor preservação ambiental.

            Numa das minhas últimas visitas ao local recolhi algumas fotografias da situação atual, com vista a poder compará-las futuramente com as que virão a ser obtidas quando chegar a primavera.

             (Ver no sentido da corrente até à ponte)
















Fotos: doLethes
Remígio Costa
         

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