sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

AO ENTARDECER DO PRIMEIRO DIA DO ANO.

       

      

´      Enquanto o doLethes somava os últimos visitantes que faltavam para atingir o recorde de seiscentos mil (!), fui ao fim da tarde de ontem, dia primeiro do ano de 2015, até à margem do rio Lima para fruir dos derradeiros momentos antes de o astro rei se difundir no horizonte de fogo escarlate que se estendia a juzante no céu sobre o mar de Viana.

       O movimento pedestre na margem direita era reduzido tal como eram poucas as viaturas estacionadas. Umas chegavam, outras partiam. Alguns, em grupo à borda da água, desbaratavam conversa com dois ocupantes de uma barquinha com motor borda d'água. Eu, no conforto do automóvel (pressentia uma leve aragem de fim de dia de inverno pelo ondular da água a deslizar sem pressa para chegar ao mar), seguia com o olhar os movimentos de dois presumíveis pescadores-amadores de lampreias a pilotar pequenas embarcações com vara "tomando o pulso" aos prováveis locais do leito preferidos pela sazonal espécie. Mas apenas reconhecimento do leito liso de areia branca ou dos "ramos" previamente lançados para que as lampreias se prendam pela ventosa da sua boca a descansarem da subida, que a autoridade fiscal que vai a passar não anda propriamente por ali a veranear...

       Achando o momento ideal, ganho coragem e deixo a viatura com a Canion pronta a somar pedaços da paisagem com luz, água, barcos, ramagens e pessoas. Uma e outra ave a soltar os últimos acordes musicais nas árvores próximas E a lua, incompleta, branca no céu azul cinzento que prenuncia a noite, mas nítida, esperançosa, bela.


          

            Por que admirámos nós os mais famosos autores pelas coisas que criam e dizemos belas, versos, prosa, pinturas, esculturas, arquitetura, se jamais algum deles possui talento e arte para reproduzir com fidelidade o que nos oferece a Natureza em tudo quanto os  nossos olhos e sentidos conseguem entender e alcançar?
























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