A Academia Sénior do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), a funcionar na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), encerrou ontem, quinta feira, dia 18 de dezembro, no restaurante Abrigo do Postilhão, na vila de Darque, com a II Tertúlia Literária de Língua Portuguesa, a atividade letiva do ano de 2014, completando simultaneamente o quarto ano da sua entrada em funcionamento.
Mestre Carvalhido da Ponte
Esta II Tertúlia, à semelhança da que ali ocorreu no ano passado, foi coordenada pelo orientador da disciplina Mestre jubilado José Luís Carvalhido da Ponte, com a presença dos fundadores principais e atuais responsáveis da Academia, doutora Ermelinda Jaques e dr. Sintra Coelho e a vice-presidente do IPVC, Florbela Correia. Quiseram confraternizar com os académicos nesta Tertúlia, atuais e anteriores professores voluntários de diferentes disciplinas abordadas e familiares dos alunos.
Nesta II Tertúlia intervieram quatro grupos de seis alunos cada, tratando cada um deles um autor da sua escolha previamente trabalhado nas aulas em dois tempos letivos.
João Viana e Margarida
Santos Silva
O grupo inicial abordou o escritor e político Manuel Alegre, optando pela obra "Cão Como Nós", da qual foram lidas passagens alternadamente pelos componentes do grupo bem como dados biográficos respeitantes à sua qualidade de autor. Graças ao excelente ritmo da apresentação, mereceram bem os aplausos dos presentes.
Meira Teixeira
António Almeida
Amândio Silva
O segundo grupo de trabalho optou por Miguel Torga, o que à partida era garantia de ótimo acolhimento por toda a assembleia dos presentes, face ao prestígio e valor da obra do escritor transmontano e dos seus muitos admiradores presentes, incluindo o moderador Mestre Carvalhido da Ponte. Um casal que integrava este grupo teve o privilégio de conhecer e conviver em Coimbra com Torga, tendo divulgado possuir um dos três únicos livros por ele autografados que o escritor, médico da esposa do apresentante, lhe tinha oferecido. Um trunfo, bem aproveitado pelo Bedel da turma, que valorizou ainda mais a excelente exposição do tema. Mais aplausos.
Jaime Silva
Xavier Gonçaves
Arlete Gonçalves
O grupo terceiro na exposição, escolheu Soeiro Pereira Gomes e um dos seus livros mais apreciados e lidos: Esteiros. Bem preparada, a obra foi escalpelizada criteriosamente e apresentada com classe, tendo sido dado o devido destaque à qualidade do autor e ao tempo em que a escreveu baseada no conhecimento real do personagens na vida dura que então viveram. Mereceram os aplausos que lhe prestaram.
A intervenção dos grupos foi concluída pelo quarto grupo, no qual estava incluído. Referirei os seus nomes, não tendo feito o mesmo em relação aos dos restantes grupo por não os ter anotado e, neste momento, não conseguir lembrar-me de alguns deles. As minhas desculpas.
Arminda Martínez
Fátima Costa
Fátima Curralo
Filomena Fernandes
José Moreira
Mário Pinto
Remígio Costa
Participei com: Arminda Martínez, Fátima Costa, Fátima Curralo, Filomena Fernandes, José Moreira, Mário Pinto. Quebrando com algum atrevimento o protocolo tácito, os nossos autores preferidos e trabalhados foram dois: António Pedro e José Saramago. Razões? Muitas e fortes.
António Pedro foi um vulto de grande destaque na cultura portuguesa prematuramente desaparecido (1966, com 57 anos de idade). Foi multifacetado na intensa atividade que exerceu e dedicou à nossa região um paixão profunda. Tinha casa em Moledo onde passava as suas férias e conhecia profundamente a gente simples do Minho. Surpreendemos, com a apresentação do seu "protopoema da Serra d'Arga e com uma sinopse biográfica, em merecida homenagem.
Não optamos por José Saramago propriamente pela qualidade da sua vasta e bem estudada obra ou pelo Prémio Nobel que justamente mereceu. Demos referência de tudo isso numa síntese biográfica. Foi nosso intuito surpreender os tertulianos, indo buscar a um dos seus romances, a História do Cerco de Lisboa, uma passagem onde ele descreve com um minúcia tal que chega ao ponto de identificar dois "desgraçados" combatentes mortos em estado lastimável um, Galindo, e outro, REMÍGIO, este de "setas trespassado, duas de lado a lado" (sic); ora, como eu um dia, depois de ter lido o livro, escrevi ao senhor Saramago "desagradado" com o fim inglório do meu homónimo e, tendo recebido resposta não dele que tinha mais que fazer, mas da responsável do seu Gabinete de Apoio, Rita Pais propus, e os meus colegas concordaram, que deveria incluir no trabalho a divulgação das referidas missivas. Bom, não cabe a mim relatar a impressão que causamos aos presentes, apenas acrescentarei que nas mesas só havia naquele momento garrafas de água...mas, correu bem, podem acreditar.
Da esquerda: Sintra Coelho, Florbela Correia, Ermelinda Jácome, Maria dos Anjos, Abílio Faria, Antunes Abreu e engº Horácio (de costas).
Diretora da Academia, Ermelinda Jaques
A vice presidente do IPVV, dr`Florbela Correia
Carvalhido da Ponte. Encerramento da II Tertúlia.
O encerramento propriamente desta II Tertúlia coube ao professor e moderador do encontro, Mestre Carvalhido da Ponte. No seu jeito próprio de falar fácil com graça natural própria de quem conhece do que fala e como deve expor, ofereceu-nos momentos de raro encanto e gozo pessoal, ao ler de Raúl Brandão, pedaços a esmo da obra "Os Pescadores", onde descreve as maravilhas paisagísticas e a excelência do pescado da orla marítima de Caminha a Esposende, com pena de eleição.
Segui-se a confraternização à mesa entre todos os participantes com o serviço de um jantar com ementa simples e frugal que foi oportunidade para comentar as incidências do ano terminado na Academia e para nos congratularmos com os momentos agradáveis que este convívio nos proporcionou.
remigiocosta@sapo.pt
Uma pequena correção: A fotografia não é da Vereadora Maria José Guerreiro, mas sim da Doutora Florbela Correia Vice-Presidente do IPVC.
ResponderEliminarAnónimo das 19:14
ResponderEliminarEstá corrigida a gralha. Muito obrigado.