quinta-feira, 27 de março de 2014

78º ANIVERSÁRIO DA FUNDAÇÃO DA CASA DO POVO DE LANHESES.



        DESDE 1936 A PRESTAR BONS SERVIÇOS A LANHESES


 O magnífico complexo da Casa do Povo, bem localizada e com excelente acesso.


A fundação da Casa do Povo de Lanheses tem a data de 31 de Março de 1936, celebrando assim na próxima segunda-feira o 78º aniversário.
A iniciativa da criação é atribuída a um grupo de cidadãos tendo à frente Francisco Dias de Carvalho e António da Silva Franco, os quais tinham inicialmente intenção de criar uma Sociedade Agrícola de Instrução e Recreio. Superadas as dúvidas das autoridades tutelares quanto às intenções dos promotores, o delegado do Instituto Nacional de Trabalho e Previdência acabou por autorizar a criação de uma casa do povo cuja finalidade não se afastava muito da Sociedade Agrícola que pretendiam legalizar.

Os primeiros dirigentes da Casa do Povo de Lanheses foram o capitão Gaspar Malheiro Pereira de Castro, presidente da assembleia geral, professor Manuel António Gabriel Gonçalves, vice-presidente do mesmo órgão e, como presidente da direção, António da Silva Franco, fundador da Sociedade Agrícola.

No âmbito das atividades que levaram à sua criação, as respeitantes à instrução e cultura mereceram desde logo o maior incremento. Deste modo e sob a orientação do professor Gabriel Gonçalves, criaram-se um curso noturno, fundou-se um Grupo Cénico e o Rancho Regional de Lanheses.



 O antigo edifício da Casa do Povo no Largo Capitão Gaspar de Castro, atualmente convertido ao comércio e serviços

O desporto viria a ter um grande incremento sob a animação de Rogério Pimenta Agra e outros, levando à construção do campo de futebol nos Cutarelos em 1952, com a equipa sénior a participar nos campeonatos amadores organizados para trabalhadores sob o patrocínio da F.N.A.T. (INATEL). Entretanto, não pararam na Casa do Povo a atividade do teatro amador, durante algum tempo sob a orientação de Rogério Dantas Rio, com a participação do padre Alberto Faria um pouco a seguir, e (sempre) com o entusiástico e prestimoso envolvimento de Rogério Pimenta Agra, mantendo-se em atividade o Rancho Folclórico especialmente na participação do cortejo das Festas da Agonia, em Viana do Castelo.

  
No seu início, a Casa do Povo funcionou provisoriamente no primeiro andar do prédio que foi de João de Sousa do Vale e hoje é um café e mini mercado, no Largo Capitão Gaspar de Castro. O primeiro edifício de raiz principiou a ser levantado em 1935, para ser concluído no ano seguinte. Em 1977 e já sob a gerência de Francisco Dias de Carvalho que assumira a presidência em 1937 e a manteve ininterruptamente até 1981, a Casa do Povo passou a ocupar no novo e grandioso edifício levantado a poente do Centro Cívico da Freguesia em terreno negociado com a Casa d’Almada, a qual ficou na posse do prédio do Largo Capitão Gaspar de Castro, hoje transformado em centro de várias lojas de comércio e serviços.


  Fotografia colhida no grande nevão que ocorreu 1962, onde aparecem quatro lanhesenses que participaram em atividades da Casa do Povo por alturas da década de 50, com a Casa do Povo, lado poente, ao fundo. Três deles podem ainda recordar este momento irrepetível.

Mantendo todas as suas valências e objetivo originais nas áreas do apoio médico-social, cultural e desportivo, as novas e amplas instalações, agora dotadas de um grandioso pavilhão gimnodesportivo, viriam a possibilitar o alargamento a várias modalidades do desporto, de lazer e na realização de espetáculos musicais e sessões públicas, estendendo a outras localidades os benefícios da sua utilização.
Com a criação na freguesia do ensino oficial, a Escola Secundária passou a utilizar com protocolo com o Estado o pavilhão gimnodesportivo para a lecionação das aulas curriculares de Educação Física e Desporto Escolar, a partir de 1989, situação que se mantêm até agora e garante a gestão financeira das instalações. Entretanto, o edifício sofreu sucessivas intervenções de restauro e ampliação, deixando de ali funcionar o posto médico após a abertura do Centro de Saúde local, em Casal Maior, tendo sido remodeladas a área dos serviços administrativos e de BAR e espaço circundante.

 Paulo Dantas Rio assumiu a direção da Casa do Povo em 1 de Dezembro de 2011, abdicando do cargo por razões de foro privado.

A instituição estava até há pouco tempo a ser dirigida por Paulo Rogério Dantas Rio desde 1 de Dezembro de 2011, num mandato para três anos, o qual abdicou do cargo recentemente por razões de natureza particular, estando a gestão a ser assegurada por uma comissão administrativa liderada pelo presidente da Assembleia Geral, Manuel Loureiro, até à realização de eleições.

 Fotografia de uma cena de teatro da peça "Os Vizinhos do Rés-do-Chão", dos anos 50. Repare-se no interesse que os lanhesenses nutriam pelo teatro, que esgotavam o salão a cada sessão ali realizada e nas lindas "meninas" que tão bem sabiam representar. Lindos tempos, sem dúvida.



Tendo nascido no ano da sua fundação, acompanho a vida da Casa do Povo de Lanheses a par e passo desde o início da segunda metade do século vinte, participando desde então de forma atuante mais ou menos intensa e em períodos e responsabilidades variados, no teatro, futebol e iniciativas por ela desenvolvidas. Posso testemunhar o importante contributo prestado ao longo de algumas décadas pela Instituição a Lanheses e às freguesias que lhe são próximas, mas, também, a dedicação, competência, o bairrismo e o entusiasmo dos homens e mulheres que a representaram, e agora representam, seja na qualidade de dirigente, atleta ou figurante desde a sua fundação até aos dias de hoje.
Uma Casa que, sendo do Povo, nos enche de orgulho e muito nos prestigia. Parabéns, meritória Casa do Povo de Lanheses.

(Escrito segundo o Acordo Ortográfico em vigor)

Bibliografia – Subsídios para uma monografia, prof. Gabriel Gonçalves.
Fotos e texto: Remígio Costa.

1 comentário:

  1. Boa tarde,
    Depois de uma leitura atenta da longínqua historia da Casa do Povo, e, reflectindo sobre algumas das passagens do mesmo texto, que escrito por pessoa com grande conhecimento e causa e alegria com que produz estes temas sempre actuais,
    Mas para mim fica uma estranha sensação de que esta mesma Casa do Povo, é por muitas vezes olhada sem o verdadeiro valor que a mesma na sua génese tem, vista com preconceitos negativos e distorcidos de ambiente actual.
    Olhamos para as suas direcções empenhadas sem materialismo pessoal que lhes ocorrera trabalhando num contexto de desinteresse e sacrifícios muitas das vezes para tentar o êxito da Instituição nobre a que foi criada.
    Olhando ao redor desta freguesia não deslumbramos muitos destes edifícios e sua finalidade a Tradição e Cultura das gentes, por isso deve ser sempre olhada pela lupa da grandeza e positividade da comunidade que a criou e onde se insere.
    Mas, as suas valências varias desde um serviço qualitativo ao cliente ao seu apoio aos jovens, é relevante num conxteto da sociedade actual, assim deve haver uma maior acção intergeracional da população para o fim comum que se pretende.

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