sábado, 8 de fevereiro de 2014

SEMPRE EM PÉ.

       
 Neste enquadramento, o Prédio Edifício Jardim é imponente e enquadrado.

  Mil vezes o quiseram derrubar, outras tantas se opuseram os que desejam mantê-lo em pé. São catorze anos que leva de controvérsia a batalha travada entre a VianaPolis patrocinada pela Câmara vianense e uma facção de quarente e dois resistentes dos cento e cinco que já teve o Edifício Jardim, o famigerado prédio do "Coutinho" como melhor o conhece o povo e identifica o seu mentor e principal primeiro proprietário. 

           O edifício é imponente nos seus treze andares de cento e cinco apartamentos, localizado numa zona privilegiada da cidade junto à marina na foz do Lima, com vista da barra até aos confins do pinhal do  Cabedelo e da linha do horizonte traçada pelo mar. É uma construção de aparente boa qualidade, de linhas sóbrias mas tratadas harmoniosamente que lhe atenuam a volumetria e a silhueta que o levanta muito acima do casario dos edifícios da zona velha da cidade que o envolve. Daí o seu pecado. Não obstante a legalidade da sua construção nos anos oitenta, o prédio "do Coutinho"  não obteve o beneplácito dos paisagistas convictos indígenas  nem da totalidade dos arquitectos profissionais que o apontavam, até a nível mundial, como exemplo do que não deveria ser feito em termos de edificações em zonas qualificadas, um pouco à semelhança do que aconteceu com o monumento a Caramuru levantado na Praça da República que parece não bolir assim tanto com a consciência dos vianenses...


                   Fachada Norte-Poente, vendo-se em primeiro plano o monumento histórico de esfera armilar com datas relacionadas com a história de Viana do Castelo, situado no adro da Capela das Almas.
           

      Certo é que nos últimos dez anos as ordens de despejo e as providências cautelares, decisões governamentais e camarárias, recursos para as instâncias tutelares, declarações, conferências de imprensa, certezas e desmentidos, manifestações, figuras envolvidas, milhões de euros de gastos, etc. e tal, sucederam-se numa avalanche de avanços e recuos que pareciam não ter fim. As últimas notícias vindas a público dão como chegada a termo a longa maratona pela sobrevivência do Edifício Jardim, com fundamento numa decisão do Tribunal Administrativo que não será passível de recurso, segundo o que li e ouvi no Porto Canal, deixando aberta a via da demolição que ocorrerá, segundo declarações do presidente da Câmara de Viana do Castelo, ainda até final do corrente ano. Face àquelas notícias, a Comissão de Moradores já veio a público contestar o propósito manifestado pela Edilidade, afirmando que o processo não está, ainda, encerrado pelo que irão ser tomadas as medidas legais que não estão esgotadas.

            A luta continua, a vitória é incerta.

           Vai não vai, são milhões que já foram. E continua o "braço de ferro", que Viana "pela-se" por estas querelas e gosta de festas, à grande, como a d'Agonia. Vai abaixo, levanta-se. Ergue-se, cai. É o eterno "sempre em pé", da tradição portuguesa.

           Como o.

A Capela das Almas, primeira Matriz Diocesana de Viana, que se situa do lado Norte do "Prédio do Coutinho".

         


         
     

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