segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

FESTAS NATALÍCIAS COM MENOS EMIGRANTES.

       

             Habitualmente, a quadra natalícia em Lanheses  é marcada pela presença de muitos dos seus naturais ausentes, de fora e de dentro do país, que fazem questão de viver esta quadra especial do ano no seio da família e do ambiente em que cresceram. Em visitas mais fugazes ou um pouco mais extensas, vindos principalmente de França e dos países do centro da Europa, era comum por esta altura ver entre nós alguns dos que procuraram no estrangeiro melhores oportunidades para si e para os seus.

             Neste ano está a ser pouco notada a presença dos lanhesenses e/imigrantes pelos indícios que são próprios da sua presença: menos viaturas com matrícula estrangeira a circular, ausência de novos frequentadores dos locais onde tradicionalmente convivem nas suas estadias, raros agrupamentos de membros da mesma família como era comum ver-se e, factor bastante fiável, lugares não preenchidos nas assembleias dos actos religiosos realizados na Igreja da paróquia.

             É aceitável que uma forte razão para a menor participação numa celebração como é a quadra do Natal numa comunidade de tradição católica tão arreigada e praticada como a de Lanheses, tenha a ver com o momento económico que acontece um pouco por todo o mundo, mais criticamente sentida em alguns  países neste momento em acentuada dificuldade económica, que gera assustadora precaridade no emprego e conduz à debilidade do consumo. Poderá ser a principal, porém, outras mais profundas existirão, designadamente as que se relacionam com o cada vez menor número de emigrantes das primeira e segunda gerações por força da ordem natural da vida, ou, porque deixaram de o ser e regressaram definitivamente às suas origens com o intuito de aqui terminarem o seu ciclo de vida ou, ainda,  porque são agora aqueles que vão ao encontro dos seus descendentes que têm as suas próprias famílias e se integraram, por nascimento ou naturalização, noutras latitudes afastadas.

     A realidade daquela situação nada tem de animadora. Empobrece e reduz o desenvolvimento da freguesia à imagem do que se verifica no nosso país que se afunda a cada governo que passa, sem rumo, sem chão para os valores que emergem da mediocridade da classe dirigente instalada, forçados, também eles, a procurarem noutras paragens o que lhes é negado do quinhão que lhes pertence.

    

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