segunda-feira, 11 de novembro de 2013

QUEM NOS CONTROLA.

     Num dos canais da SportTV passava ontem à noite uma reportagem sobre a antiga Fundação Alba, sediada em Albergaria-a-Velha, uma empresa muito próspera do ramo metalúrgico que há cerca de cinquenta anos foi uma empresa com centenas de trabalhadores, tendo tido um papel decisivo no desenvolvimento da localidade onde estava implantada. Os seus proprietários criaram bairros para os seus empregados e sociais para os mais necessitados, instalaram creches, escolas, casas de acolhimento para os idosos, um hospital e um hotel, fundaram o Sporting Clube de Albergaria tendo encarregado um paisagista de prestígio para desenhar um complexo desportivo que é utilizado actualmente pelo clube de futebol que há semanas atrás defrontou o Benfica (0-1) para a Taça de Portugal.

    As imagens que a TV registou na reportagem, comentadas por um neto do fundador (não tomei nota de nomes limitei-me a confrontar o que via entre a quase incrudelidade e um sentimento de tristeza em contraste doloroso com o que a memória que guardo da época áurea da Fundação Alba), num cenário tétrico de um pavilhão deserto onde trabalharam dezenas de homens e mulheres, recordava o passado do que foi uma das indústrias mais prósperas de Portugal. 

   Por alguns  minutos perpassaram no meu pensamento outras grandes indústrias e empresas que se extinguiram, como a Siderurgia nacional e a Setenave, do Seixal, a construtora de carruagens da Amadora, as fábricas de cimento, a Fábrica Oliva, em São João da Madeira, a Fundição Oeiras, as fábricas de conservas de Matosinhos e do Algarve, as empresas de pesca e a indústria da seca do bacalhau, as oficinas de Alverca, as fábricas de têxteis do Mindelo e do Vale do Ave, a Mabor, as minas de Moncorvo e S. Domingos, a Construção Naval e a actividade intensa dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo e de São Jacinto, as cooperativas da lavoura e a agricultura no Alentejo quando se falava mas não havia o "maior lado artificial de Europa", as mil máquinas das oficinas abandonadas das escolas técnicas onde se formavam grandes especialistas e artistas com emprego garantido, um desfiar de bens e potencialidades que marcaram um Portugal virado para os seus próprios recursos utilizando a sua mão de obra especializada, competente e empenhada.

      Portugal fez uma viragem histórica na sua economia com a integração na União Europeia. Para o bem ou para o mal, cada um é livre de fazer o juízo que mais lhe aprouver. Mas é bom que cada um de nós se consciencialize do que verdadeiramente faz mover a humanidade e quem na realidade a controla...

     




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