segunda-feira, 27 de setembro de 2010

REGIONALIZAR OU NÃO?

         O Jornal de Notícias (JN) publicou no último domingo, um trabalho de Alexandre Marques abordando o tema da regionalização e o que pensam algumas figuras políticas sobre o assunto. Na impossibilidade de aqui ser transcrito, dada a sua extensão,  o interessante artigo daquele periódico, aqui ficam algumas passagens do referido trabalho.

         Assim, Pedro Passos Coelho, líder do PSD, advoga um modelo gradual, do tipo experimentalista, com uma região-piloto que possa, no futuro levar à criação de um mapa onde apareçam cinco regiões -correspondentes aos limites de actuação das actuais Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).

         Ângelo Correia, antigo membro do Governo e ex-dirigente do PPD/PSD, não é adepto da regionalização; "Tenho imensas dúvidas. Se tivesse a garantia de que não agravava os custos e que seria um instrumento de reorganização do Poder autárquico, não me importaria, mas não vai ser", diz.

         Carlos Brito, ex-dirigente comunista, é acérrimo defensor da regionalização desde a Assembleia Constituinte -"um dos combatentes da primeira linha" e que ela "se justifica cada vez mais, porque também se acentuam cada vez mais as desigualdades inter-regionais", afirma. Rejeitando que implique um aumento de despesa pública, esclarece; "Isso é um dos muitos argumentos que os centralistas criam para que as pessoas fiquem confundidas e não sejam sensíveis a todo o alcance dessa reforma".

         Contrariamente manifesta-se o ex-ministro das Finanças, Eduardo Catroga: "Seguramente que aumentará a despesa pública porque é criado mais um patamar de decisão política, com mais estruturas de Administração Pública a nível regional, havendo duplicações, redundâncias e excesso de despesas", remata. Mais adiante, refere ainda o antigo ministro de Cavaco Silva: "Além de que, Portugal, em si é já uma região da Península Ibéria, com a dimensão da Catalunha", pelo que, para Catroga, "é, como diz o povo: seriam demasiados chefes para poucos índios".

        Já para o ex-Ministro socialista, João Cravinho, seria útil os partidos aproveitarem "o próximo processo de revisão constitucional para admitir a criação de uma ou mais do que uma região-piloto.

       Para Moita Flores, presidente da Câmara de Santarém e ex-inspector da Polícia Judiciária: "Se a regionalização fosse um instrumento de desenvolvimento...mas não acredito porque os partidos estão viciados em lugares e "tachos" e clientelas". Reconhece, ainda: "O problema é que isso leva logo à "cacicagem" do costume a querer ocupar lugares e para isso já chegam os Governos Civis", ironiza.

      Outras figuras mais da vida política deixam expressas as suas opiniões sobre o tema que volta, assim, à ribalta da actualidade política nacional e interessa a todos os portugueses, pelo que se recomenda a sua leitura, muito útil à formação de uma opinião própria consciente e esclarecida.

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