terça-feira, 17 de agosto de 2010

VIRADO AO N

       Um dos "Canadair" sobrevoando o Largo Capitão Gaspar de Castro, em Lanheses.

           MÁRIO SOARES E OS INCÊNDIOS:

          Respiguei, do DN de hoje, o parágrafo abaixo, de uma crónica do doutor MÁRIO SOARES:
«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«
"A grande falta - há que o reconhecer - é de, em devido tempo, não termos sido capazes das acções preventivas de protecção e limpeza das florestas, dos parques florestais e das grandes áreas abandonadas ao mato e ao restolho, que não se sabe sequer a quem pertencem. Ainda há poucas semanas, estive em Arcos de Valdevez e visitei o parque florestal lindíssimo da Peneda-Gerez e o Soajo. Toda a gente se me queixou da perda de meios humanos e materiais para protecção do parque. Faltam guardas, não há cantoneiros para limpar as estradas, ninguém corta o mato das propriedades abandonadas e poucos saberão a quem pertencem.
Contudo, representam, segundo escreveu o Expresso, um quinto do território nacional. Como é possível este abandono? Com tanta gente desempregada, que recebe o subsídio de desemprego - e depois faz biscates, numa espécie de economia paralela - ,não seria melhor empregar umas centenas ou mesmo milhares dessas pessoas para cuidarem das florestas e dos parques - que constituem uma grande riqueza nacional - e para fiscalizarem e limparem os baldios abandonados? Ao mesmo tempo que se deve - quanto antes - inventariar todas as terras abandonadas e conhecer todos os seus proprietários, comprando-lhes os terrenos ou, se não quiserem, obrigando-os a pagar uma coima pelo abandono?"

 »«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»«»

            Há escassos dias, neste blogue, num post intitulado "NO FOGO, QUE MAIS ARDE É O POVO", escrevi o seguinte;

          "Há fogos todos os anos e desde sempre. Não podem ser resolvidos apenas na época em que mais acontecem, mesmo que se interrompam férias para formular pungentes votos de solidariedade para com as vítimas abandonadas à sua sorte ou apregoar que "tudo está a ser feito",  para, vindo o Outono, dar o protagonismo aos brilhantes tribunos da Assembleia da República e esperar pelo próximo verão para ver de novo Portugal a arder."

          Desde que regressou a Portugal em 1974, até há sua passagem à condição de aposentado de luxo, o doutor Mário Soares foi dirigente do Partido Socialista, deputado à Assembleia da República, Primeiro Ministro, Presidente da República, e liderou outros cargos em centros de decisão públicos e privados da vida política e social da Nação Portuguesa.
          Tendo estado tantos anos no exercício dos referidos cargos é possível que tenha desenvolvido um trabalho árduo e profícuo para acabar, ou pelo menos debelar, o flagelo dos incêndios em Portugal. Desconheço se, no seu vastíssimo e valioso espólio dos relevantes serviços prestados ao país, constam os êxitos alcançados nesta matéria, mas, pelo que a realidade nos oferece constatar, não terão sido assim tantos. Foi pena, apesar de tudo, de não ter tido oportunidade, quiçá tempo, de por em prática as medidas "originais" que agora revela ou, então, sugeri-las a quem de direito para que pudessem ser levadas à prática.


          Não o tendo feito no tempo certo, o que hoje vem dizer o doutor Mário Soares vale tanto como chamar os "canadair" quando na mata já nada mais há para arder..

Sem comentários:

Enviar um comentário

NOVILHOS DA PÁSCOA DE PRODUÇÃO DOMÉSTICA

                  Foram selecionados os produtores dos novilhos donde sairão os "bifes da Páscoa" como é uso e costume na quadra p...