quarta-feira, 19 de maio de 2010

VIRADO AO N

            Agora que a crise não mais pode ser negada, agora que a nuvem negra dos seiscentos mil desempregados ameaça toldar de breu o céu português, agora que se levantou o tapete e nos damos conta do lixo que estava por baixo,  é chegado momento de saber quem nos conduziu à beira do abismo onde nos  poderemos precipitar.
            Todos os dias nos entra pelos olhos e ouvidos, em tudo quanto é papel de imprensa ou imagem de televisão, uma plêiade de eminentes figuras do conhecimento económico, da gestão empresarial, da arte diplomática, das ciências políticas, da gestão monetária de fundos, os quais, debitando conceitos de grande saber e apontando os caminhos para a riqueza e bem estar do povo almejam passar a imagem de enorme sapiência e credibilidade.
            São aquelas pessoas, eleitas pelo voto ou por nomeação, que estiveram ou estão à frente dos centros de decisão, que fazem parte ou integraram já órgãos de competência legislativa donde emanam as leis que obrigam os cidadãos, a quem se atribuem chorudas compensações remuneratórias  e mordomias as mais diversas, sendo suposto que das suas altas competências resultasse o bem estar de todos, como seria expectável esperar de tão privilegiados crânios.
             Pelo que se pode constatar, não é assim. A responsabilidade do estado a que as coisas chegaram, lá fora como cá dentro, é de quem tem ou teve o poder de decidir nunca de quem teve de obedecer. É dos senhores do mundo não do povo trabalhador para quem o voto, que se diz ser uma arma que ele pode usar, lhe é posta nas mãos apenas para poder ser responsabilizado pelo seu próprio suicídio.

          

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