domingo, 29 de novembro de 2009

O LINDO LARGO DO OUTEIRO

 

             Está um brinquinho o Largo do Outeiro! Não é um lugar de passagem, por isso, é preciso tomar a iniciativa, sair do Centro Cívico pela Rua da Igreja, contornar a Capela do Senhor do Cruzeiro e das Necessidades e logo se dá de caras com o surpreendente larguinho da Capela de S. Frutuoso. Não há comércio, os automóveis permanecem, quietos e inofensivos, à porta dos moradores. Uma anciã varre, em  frente à sua casinha de presépio, debaixo de uma parreira que a viu nascer e, provavelmente, assistirá ao       ocaso da sua existência neste mundo. Parece ali estar desde o princípio, que nunca dali saiu, faz parte da alma do lugar.

             O espaço, recentemente requalificado, é os olhos da cara dos seus residentes. Não há como os moradores do Outeiro quando se trata de afirmar o brio e a tradição da nossa terra. É aqui, verdadeiramente onde, mais fiel e genuinamente, permanece a alma e autêntico bairrismo de Lanheses.                                                                            



Foi aqui que viveu e trabalhou o último oleiro, o derradeiro fazedor dos cântaros e púcaros de barro vermelho e preto, uma das mais salientes e antigas actividades laborais da freguesia, os quais ali estão representados pelos exemplares expostos no local e lápide de homenagem a perpetuar a sua memória.
                  São Frutuoso, ou Senhor dos Passos, que anualmente, assiste à passagem de uma procissão a partir da Igreja Paroquial, tem agora o seu Cruzeiro fronteiro com melhor enquadramento. A Capela, tratada com todo o desvelo pelos devotos, é a guardiã do silêncio místico do local.


             Algumas das vetustas casas que ladeiam o terreiro preservam a sua rusticidade e apresentam cuidado aspecto de conservação e restauro, identificando-se com o conjunto. Flores e canteiros ai existentes são tratados com gosto e arte, a expensas das mulheres do sítio, que o fazem com o maior desvelo e, as árvores, aqui e ali plantadas, crescem ao ritmo da vida que ali se respira.



                Vão ver o LARGO DO OUTEIRO. Ah!, levem convosco o coração e os olhos de ver o que esse coração "lê" e sente o que eles vêem.

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